sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Capítulo um - terceira parte


Olá! Desculpem por não ter postado semana passada, mas a história continua!
Espero que aproveitem, até a próxima!
Para quem está começando a ler agora, não se esqueça de começar pelo prólogo.
Feliz natal para todos!





Apesar de seus pais o parabenizarem pelo sucesso, ainda não aceitavam a decisão de Alex. Mesmo assim em dois dias ele retornou para o castelo. Sir Conlan explicou que ele iria começar com o melhor instrutor da turma dos novatos e isso seria no inicio do outono. Enquanto isso Alex utilizou o tempo livre para se dedicar completamente a leitura e escrita.
Quando as folhas amarelaram e caiaram, ele já sabia ler e escrever bem para sua idade e decorara todos os itens do código dos cavaleiros. Finalmente poderia iniciar o treino pelo qual tanto ansiara. Acordou cedo, se arrumou e imediatamente se dirigiu para os verdes campos de treinamento.
Um homem solitário estava esperando. Tinha cabelos castanhos, com alguns fios brancos começando a aparecer. Sua barba estava bem feita e seus olhos castanhos demonstravam força, assim como os de Sir Conlan. Durante o tempo em que esteve no castelo jamais havia o notado.
– Bom dia – Cumprimentou-o sem jeito com uma reverencia.
– Bom dia – Respondeu o senhor com um sorriso – Está aqui para aprender a arte da espada?
– Sim! – Falou Alex empolgado esquecendo os seus modos.
– Ainda está um pouco cedo – Disse o senhor depois de observar o sol no céu – E como você é o primeiro a chegar, teremos que esperar os outros alunos aparecerem, muitos deles estão vindo hoje para o castelo. Enquanto isso podemos conversar, qual o seu nome garoto?
– Alex Hollis – Disse percebendo a gafe ao não se apresentar.
– Eu sou sir Kalevi, e serei o instrutor de vocês.
– É um prazer conhecê-lo sir Kalevi – Disse com outro cumprimento – Espero que possa me ensinar muito.
– Acabei de ter uma ideia muito mais interessante. Que tal se fizéssemos um pequeno duelo?
– Duelo? – Perguntou Alex inseguro. Não sabia se era falta de respeito recusar, pois sentia que não teria grandes chances de vencer.
– Não é nada sério, apenas irei avaliar a sua aptidão com uma espada. Muitos cavaleiros preferem utilizar uma maça pesada ou quando montados uma lança. Segure – Disse Sir Kalevi arremessando uma espada de madeira.
Alex tentou empunhá-la da melhor maneira possível, como recordava ver os outros alunos fazendo.
– Está errado. Você está segurando muito alto e com muita força. Isso deixa a sua guarda aberta caso alguém o ataque no estômago.
– Mas eu não estarei usando armadura?
– E se você não estiver? Caso seja pego em uma emboscada, pode não estar preparado devidamente para a batalha. De qualquer forma irá ter vezes, que em busca de maior locomobilidade irá seguir desprotegido. Nestes momentos será importante empunhar corretamente a espada.
Alex balançou a cabeça concordando.
– Agora você só precisa segurar com um pouco menos de força, os seus movimentos tem que fluir, não podem ser tensos como você está.
– Assim? – Perguntou o garoto depois de tentar arrumar sua posição.
– Não. Você tem que segurar a arma com firmeza, se não qualquer golpe irá arrancá-la de sua mão. É, assim já está melhor, com o tempo você aprende – Disse sorrindo – Agora vamos começar nosso pequeno duelo.
Utilizando outra espada de madeira Sir Kalevi se posicionou da mesma maneira que instruíra. Conseguia segurar a tosca arma com maestria, como se fosse natural para ele empunhar uma espada.
– Pode começar quando quiser – Disse o senhor.
Alex pensou se deveria tentar algum dos movimentos que treinara. Era a única coisa que sabia fazer, entretanto apesar de conseguir golpear um boneco de palha era completamente diferente com uma pessoa real.
Tentou atacar e seu golpe foi aparado no meio do caminho.
– Precisa de mais força, precisão e equilíbrio. Agora é a minha vez.
Sir Kalevi tomou distancia com um passo, segurou a espada na altura dos ombros e tentou fazer uma investida. Com um pouco de técnica e muita sorte Alex levantou sua arma e conseguiu deter o golpe.
– Parabéns – Elogiou o instrutor.
O garoto não acreditava no que acabara de fazer. Talvez houvesse alguma chance de lutar de igual para igual. Sir Kalevi girou sua espada e a atingiu na mão do garoto fazendo com que ele largasse a arma, e posicionou a lamina próximo do pescoço de Alex.
– Você foi bem para uma primeira luta. Mas cometeu um erro com seu excesso de confiança. Apenas lembre-se sempre que um erro na vida real pode custar a sua vida – Disse desembainhando a sua espada e mostrando o frio brilho da afiadíssima lamina de metal.
Ao longe um grupo de meninos se aproximava sendo guiados por Sir Conlan. Ao avistarem Sir Kalevi todos correram eufóricos.
– Sir Kalevi, é o senhor mesmo? – Perguntou um garoto de cabelos ruivos. Ele como a maioria dos garotos deveria ter em torno de seis ou sete anos.
Ele apenas concordou com um sorriso.
Algumas crianças do grupo pareciam confusas por não o reconhecerem. Então as outras fizeram questões de explicar:
– Este é Sir Kalevi, o herói do feudo de Caerwyntc, o cavaleiro da lamina afiada. Dizem que com um único movimento de espada ele consegue derrubar dez homens completamente armados.
– Isso é exagero. Talvez consiga derrubar três ou quatro – Comentou Sir Kalevi em tom de brincadeira – Se vocês se dedicarem bastante um dia conseguiram ser mais incríveis que eu.
Alex estava perplexo. De alguma forma, agora que sabia os seus reais talentos, sir Kalevi parecia transmitir uma aura de força e poder. Não conseguia acreditar que em seu primeiro dia de treino duelara com ele. Observou mais uma vez a afiadíssima espada que ele carregava consigo, com um olhar de admiração e respeito.
Anos depois foi aquela mesma espada que tocou o seu ombro e o consagrou um dos cavaleiros mais jovens do feudo. Dos quatorze aos dezoito anos trabalhou apenas como um guarda no interior do castelo. Ele achava divertido assistir os treinos pelo qual passara, desde a dificuldade a suportar o peso da armadura até os cuidados que deveria ter com um cavalo.
Sempre que se encontrava com Sir Conlan ou Sir Kalevi nos corredores, agradecia por tudo que eles tinham oferecido, até mesmo as broncas. Era apenas por conta deles que conseguira chegar tão longe.
Aos dezenove se mudou para o feudo vizinho, para trabalhar como guarda do Conde de Gavriewallis. Era a primeira vez que ficava longe dos pais, já que mesmo quando vivia no castelo podia escapar e visitá-los no final da tarde. Agora mesmo se tentasse, levaria quase um dia inteiro de cavalgada.
Eles eram um dos poucos nobres do feudo de Nyneve, então mesmo o seu palacete se destacava comparado com as demais residências. Com a única diferença de não se encontrar rostos conhecidos nas ruas, a estrutura geral daquele lugar era bem parecida. As mesmas estradas de pedra ou de terra batida. As construções de palha, próximos aos campos dos fazendeiros. A larga rua principal onde ficava a maioria dos mercadores que vendiam produtos diversos. Diferente de Caerwyntc o castelo ficava no centro de um límpido lago, só sendo possível acesso a ele através da ponte levadiça.
Além de Alex, existia pelo menos mais uma dúzia de cavaleiros e soldados que trabalhavam para a família. Eles se revezavam em turnos e por conta disso não era sempre que ele conseguia se encontrar com todos. Sir Eloi era o mais velho e responsável por todos os outros guardas, principalmente pelos novatos. Foi ele quem o acompanhou quando ingressou no novo trabalho e lhe instruiu sobre todos os seus deveres.
O Conde de Gavriewallis era alguém da nobreza com muita influencia na esfera politica. Apesar de oficialmente sua casa ser naquele feudo, ele passava mais tempo em viagens reforçando os laços de amizade existente entre ele e outros nobres. Por conta disso a maior parte do trabalho se resumia em protegê-lo principalmente durante as viagens que fazia, já que ao ficar hospedado em outros castelos sempre existia uma guarda real. Por outro lado a Condessa fazia poucas viagens, preferindo quando possível não acompanhar o marido. Era por isso que existiam duas equipes, uma delas responsável por tomar conta do Conde e a outra da Condessa.
Alex seria substituto de um soldado que deixara o grupo da Condessa, e por isso seria um dos oito responsáveis por ela.
O trabalho era monótono, como já era de se esperar. Enquanto estivesse dentro do palácio tudo que deveria fazer era patrulhar ou tomar conta da entrada. Quatro meses depois ele já se habituara ao trabalho e iniciaria a sua primeira viagem fora do feudo. A Condessa iria visitar Acheflow, um dos maiores feudos. Seria uma viagem longa.

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